Reencontro

Detentas do Presídio Regional de Santa Maria reencontram os filhos fora cadeia

Para 12 detentas do Presídio Regional de Santa Maria, que contam cada minuto dentro do sistema prisional, a noção de tempo foi inversa, na sexta-feira. Isso porque elas passaram uma manhã e uma tarde fora do presídio, na companhia dos filhos.

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O encontro de 27 crianças com suas mães foi possível graças ao projeto Inspira, iniciativa da Polícia Federal, Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Universidade  Federal de Santa Maria (UFSM), com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Brigada Militar, Receita Federal e Exército Brasileiro.

A programação da 5ª edição do projeto ocorreu no Centro de Treinamento e Lazer da Delegacia de Polícia Federal. Na chegada, mães e filhos puderam ficar a sós para uma reaproximação. Logo depois, foram oferecidas atividades de recreação,almoço,teatro e atendimento odontológico. Fora do evento, as crianças continuam recebendo atendimento odontológico, psiquiátrico e oftalmológico. Os serviços são proporcionados por acadêmicos da UFSM. 

O delegado federal Getúlio Jorge de Vargas conta que o desembarque das mães é o momento mais emocionante. Para muitas delas,só é possível ver os filhos nos dias do projeto.

– Algumas gestaram o filho dentro da penitenciária e nunca mais os viram.Por isso,esse dia é tão especial – relata.

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Uma das internas, de 25 anos, cumpre pena por tráfico de drogas. Ela conta que não via a filha há seis meses. A menina, de 3 anos, mora em Santa Catarina com o pai e, nos dias do projeto, vem do estado vizinho para aproveitar a companhia da mãe.

– Quando vi ela, me senti a mulher mais feliz do mundo. Foi um dia inesquecível – disse, enquanto abraçava a pequena.

SELEÇÃO

De acordo com a psicóloga da Susepe Renata Cauduro, a escolha das participantes segue o critério de bom comportamento na prisão e contempla mães que cumprem penas em regime fechado. Desde a primeira fase do projeto, em abril do ano passado, mães que tiveram progressão de regime ou que saíram da prisão não retornaram às celas. Renata acredita que será possível observar um maior impacto desses dados a longo prazo.

– Procuramos inspirar a mudança através do resgate dos vínculos familiares. Da mesma forma, procuramos mantê-los fortalecidos – explica.

A assistente social da Susepe Rosaura Freitas acrescenta:

–Muitas vezes,elas se perguntam: para quem voltar? Quem me aguarda em casa? Acreditamos que o fortalecimento dos laços familiares terá um efeito de ressocialização, tanto nas mães quanto nos filhos. 

A pró-reitora de Extensão da UFSM, TeresinhaWeiller, lembra que o evento  modifica, também, os voluntários:

–O projeto contribuiu para ressignificar a percepção do aluno como futuro profissional, acrescenta essa responsabilidade de olhar para esse cenário pensando nas ações podem ser feitas para a diminuição da violência e do preconceito,fora do senso comum, com solidariedade.

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